sexta-feira, 24 de agosto de 2012

35 anos da morte de Elvis Presley

Elvis Presley em 1967
                           No começo da tarde de 16 de agosto de 1977 a modelo Ginger Alden procurava   seu noivo pelos cômodos da mansão de quase 55 quilômetros quadrados em Memphis, no Tennessee, batizada de Graceland. À época com 21 anos, a jovem sabia dos compromissos do namorado, que tinha um voo marcado para aquele dia, quando começariam as preparações para uma nova turnê. O fim trágico da procura banal calou fundo nos corações de milhões de fãs em todo o mundo e mobilizaria alguns milhares de norte-americanos nas próximas semanas: Ginger encontrou o corpo de Elvis Presley caído no chão de um dos oito banheiros da casa.

Conduzido ao Baptist Memorial Hospital, o rei do rock não pôde ser salvo e teve a morte registrada às 15h30 do mesmo dia. Ainda hoje, os motivos que levaram ao falecimento são alvo de controvérsia e levantam hipóteses de overdose, sufocamento e outras teorias mirabolantes.

Em 2010, o médico responsável pela saúde do cantor no fim da vida, George Nichopoulos, declarou à Fox News que um caso de constipação intestinal crônica teria levado à fatalidade. Contudo, um ataque cardíaco iniciado por arritmia foi a causa da morte de Elvis oficializada por laudo médico e aceita pela família.

O velório do ídolo atraiu cerca de oitenta mil pessoas aos portões de Graceland, onde o corpo foi enterrado dois dias depois da morte. Seu último single lançado em vida, Way down, havia chegado às lojas três meses antes. Com desempenho fraco em suas primeiras semanas, a canção chegou ao topo das paradas nos EUA e no Reino Unido após o falecimento do intérprete.

Os dias que precederam a morte de Elvis Presley foram marcados por uma rotina intensa de shows, que acabaram cancelados à medida em que o cantor apresentava um estado de esgotamento físico. O rei tinha problemas diagnosticados como o vício em remédios de venda controlada e a irregularidade alimentar, que o levavam da obesidade à magreza em pequenos espaços de tempo. A situação já era grave desde 1973, quando seus compromissos somavam 168 apresentações em 12 meses. Naquele ano, uma overdose de barbitúricos o manteve em coma por três dias, e um incidente parecido ainda afetaria a agenda do astro pela segunda vez.

As condições de saúde eram motivo de preocupação para família e equipe desde o fim da década de 60, quando o cantor começou a manifestar profundo descontentamento em relação à carreira. O casamento com Priscilla, em 67, e o nascimento da única filha, Lisa Marie, um ano mais tarde, mantiveram-no distante dos palcos até o fim de 1968, quando realizou um concerto transmitido pela NBC que ficaria marcado como o Especial de retorno do artista.
Com trajetória artística iniciada em 1953, Elvis Presley transitou entre gêneros, eternizou o estilo crooner na interpretação do rock 'n' roll e encantou o mundo com suas dimensões de super estrela. Atuou no cinema em uma extensa lista de sucessos e conseguiu manter-se no topo do cenário musical em 24 anos de carreira. Enquanto acumulava prêmios, recordes de vendas e uma enorme fortuna, o astro também desenvolvia uma relação de proximidade com o público que seria referência para os ídolos que o sucederam.

Ele foi o primeiro artista a sofrer gravemente com a evasão de privacidade que também mais tarde comprometeria o equilíbrio pessoal de artistas como Michael Jackson — um fã obcecado de Elvis — e outros nomes de repercussão global. A dedicação histéria dos fãs e o assédio constante da imprensa fizeram da queda de Elvis Presley um caso público, observado passo a passo e refutado veementemente por seus admiradores ferrenhos.

Trinta e cinco anos depois, o falecimento do rei do rock ainda é tema de debates e questionamentos. Assim como outros ícones da cultura popular, o legado de Elvis está cercado de mitos, entre os quais a crença de que a morte não foi real. Para fãs que se renovam a cada geração, o trabalho do cantor é ressuscitado a cada nova execução de suas canções, em cada performance de um dos seus inúmeros imitadores e por cada artista renomado que se apresenta sob influência de suas obras.



Mas entre os que estão mais apegados à sua existência, a verdade é que Elvis não morreu, de fato — e que as centenas de pessoas reunidas em Graceland para recordar sua história se unem apenas por uma ideia, uma esperança que vai além da admiração.

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